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3 formas de diminuir a emissão de gases do efeito estufa9 min read

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Nos últimos anos se tem ouvido falar muito dos gases de efeito estufa ou gases do efeito estufa (GEEs), que são os gases responsáveis pelo aquecimento global. Ao longo deste texto você será capaz de entender o que são os gases de efeito estufa e o que pode ser feito para a sua diminuição.

Conteúdo

O que são os gases de efeito estufa?

O efeito estufa é um processo natural que mantém a temperatura da Terra propícia para o desenvolvimentos das plantas, dos animais e dos humanos. Sem ele a temperatura média seria de -18°C. No efeito estufa natural os raios solares se infiltram pela atmosfera, interagem com os gases de efeito estufa que emitem para a superfície raios infravermelhos, ou melhor: calor. A superfície absorve parte deste calor e a outra parte é refletida para o espaço. Com isso é possível manter uma temperatura amena para a vida no planeta.

Fonte: APROBIO

O que acontece é que com o aumento acelerado dos gases de efeito estufa essa parte que é refletida diminui e mais calor é absorvido pela superfície, o que causa um aumento da temperatura.

Os gases de efeito estufa ou GEEs, são os provenientes da queima de combustíveis fósseis, como carvão, gás natural e derivados do petróleo (gasolina, diesel e outros). O aumento do uso desses combustíveis se deu com a Revolução Industrial no século XVIII. A Revolução Industrial foi um período de desenvolvimento industrial, principalmente na Inglaterra e depois se espalhando para o resto do mundo. É considerada um marco para o desenvolvimento da indústria, já que acelerou a produção de mercadorias e por outro lado a exploração natural e o uso de combustíveis fósseis, na época o carvão mineral.

Outra fonte de GEE é o desmatamento e queima da biomassa, ou seja, com o uso de árvores para queima. As árvores são formadas pelo elemento carbono em sua forma sólida, ao ser queimado esse carbono vai para a atmosfera em sua forma gasosa, representando uma importante fonte de poluição.

Os lixões, aterros controlados e aterros sanitários também são responsáveis pela emissão de GEEs, em menor quantidade que as outras atividades, mas não deixam de ser uma fonte de poluição.

Quais são os gases de efeito estufa?

Segundo a CETESB os principais gases de efeito estufa e suas fontes antropogênicas (derivadas das atividades humanas), são:

  • CO2: é o gás carbônico, que corresponde a 60% dos GEEs e pode permanecer na atmosfera por uma centena de anos. Esse gás é proveniente da queima de combustíveis fósseis (carvão mineral, petróleo, gás natural, turfa), queimadas e desmatamentos.
  • CH4: é o gás metano, que corresponde a 15-20% dos GEEs. É componente do gás natural e pode ser gerado no sistema digestivo de gados, em lixões, aterros controlados e aterros sanitários, em áreas alagadas para produção de arroz e na queima de biomassa. Seu tempo de duração na atmosfera é 21 vezes maior que o do gás carbônico.
  • N2O: é o óxido nitroso, responsável por 6% do efeito estufa. Sua principal fonte é o tratamento de dejetos animais, mas ele também pode ser gerado com o uso de fertilizantes, na queima de combustíveis fósseis e na indústria.
  • O3: é o gás ozônio, que é o gás que compõe a camada de ozônio na estratosfera, mas quando gerado na troposfera (camada mais perto da superfície), o seu papel é um pouco diferente. Contribui em 8% no efeito estufa e é produzido pela reação na baixa atmosfera dos óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos. Esses gases são produzidos em usinas termoelétricas, pelos veículos, pelo uso de solventes e pelas queimadas.
  • Vapor de água: o vapor de água é um dos maiores responsáveis pelo efeito estufa natural. Com o aumento da temperatura pelos outros gases, se tem um aumento de vapor de água e esse gás passa a ser um gás de efeito estufa antrópico também.

Outros gases responsáveis pelo efeito estufa são os hidrofluorcarbonos, o hexafluoreto de enxofre e o perfluorcarbonos que são produzidos em menor quantidade mas que podem permanecer na atmosfera até 23.900 vezes mais que o gás carbônico.

Aquecimento Global

O aquecimento global vem preocupando líderes globais e cientistas. Um aquecimento acima da média global anual vem acontecendo em muitas regiões e estações, inclusive sendo duas a três vezes maior no Ártico. O aquecimento geralmente é maior na superfície terrestre que nos oceanos.

Segundo o Relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) a temperatura da superfície aumentou 0,74°C nos últimos 100 anos. Já no Relatório especial, também do IPCC, eles estimam que até 2052 a temperatura já tenha aumentado em 1,5°C.

O aquecimento global não é responsável apenas pelo aumento da temperatura, mas é responsável também pelo frio extremo em algumas regiões. Em resumo, o aquecimento global causa uma desordem no equilíbrio terrestre e as regiões passam a enfrentar calor extremo e outras frio extremo.

Outra consequência do aquecimento global é o aumento do nível dos oceanos. Com o derretimento das calotas polares se estima um aumento de 90 cm do nível dos oceanos até o ano de 2100. Esse aumento causaria o desaparecimento de ilhas e até de países inteiros.

Como reduzir a emissão de GEEs?

Como visto anteriormente o aquecimento global trará condições de desequilíbrio na Terra como conhecemos hoje e com isso afetará o meio ambiente e a saúde humana, trazendo consequências desastrosas para as atividades econômicas também.

Por isso, países, organizações internacionais, líderes mundiais e empresas devem pensar em soluções que diminuam e desacelerem o aumento da temperatura. Saiba como:

1) Diminuindo o desmatamento

desmatamento no Brasil contribui para 51% dos gases de efeito estufa emitidos no país.

Em entrevista do cientista Paulo Artaxo, para Karina Toledo da FAPESP, ele cita que: “Se continuarmos destruindo as florestas no ritmo atual – cerca de 7 mil km2 por ano no caso da Amazônia –, daqui a três ou quatro décadas teremos uma grande perda acumulada. E isso vai intensificar o processo de aquecimento do planeta independentemente do esforço feito para reduzir as emissões de gases de efeito estufa”.

Desta forma, com um desmatamento total e isolado, o aumento da temperatura seria de 0,8°C. O valor pode parecer pequeno mas as consequências seriam catastróficas.

2) Diminuindo consumo de carne

A emissão de gases do efeito estufa por parte do gado se dá pela fermentação entérica e pelo manejo de dejetos.

Em explicação da EMBRAPA a fermentação do material vegetal ingerido no rúmen é um processo anaeróbio (degradação da matéria sem presença de oxigênio) efetuado pela população microbiana ruminal, em que os carboidratos são convertidos em ácidos graxos de cadeia curta (ácido acético, ácido propiônico e butírico, principalmente) os quais são utilizados pelo animal como fonte de energia. As bactérias metanogênicas (mais recentemente denominadas de Archea) que estão presentes no rúmen obtêm energia para seu crescimento utilizando H2 para reduzir CO2 e formar metano (CH4), que é então eructado ou exalado para a atmosfera.

Com essa emissão da fermentação entérica a criação de gado se torna responsável por 18,4% das emissões de gases do efeito estufa. Por isso, cada vez mais se vê movimentos de diminuição do consumo de carne ou da completa extinção desse elemento no prato, alegando que o consumo de carne é responsável pelo aquecimento global.

3) Reciclando mais

Os aterros sanitários, aterros controlados e lixões também são produtores de GEEs, principalmente o gás metano. O aterro sanitário que é considerado a forma de destinação ambientalmente correta é responsável pela maior parte das emissões de gases do efeito estufa em relação aos aterros controlados e lixões. Isso porque os resíduos acondicionados nesta técnica sofrem a maior parte da decomposição sem a presença de oxigênio, o que aumenta a geração do gás metano.

Como solução, se deve mandar menos resíduos aos aterros sanitários e isso pode ser feito através da redução, reuso e reciclagem.

Precisa de ajuda para aumentar a reciclagem? Entre em contato com nossa equipe.

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