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Guia completo sobre reciclagem: mito e realidade (2022)10 min read

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Esqueça tudo que você sabe sobre reciclagem até agora. Com o guia sobre reciclagem mito e realidade você vai descobrir tudo o que precisa sobre reciclagem.

Conteúdo

O que é reciclagem?

A reciclagem é uma forma de reaproveitamento das matérias primas que são descartadas. Nesse sentido, reciclar significa diminuir a quantidade de resíduos provenientes dos produtos consumidos pelo homem. Sendo assim, uma importante ferramenta para a execução da gestão integrada de resíduos proposta pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

Na PNRS a reciclagem vem depois da não geração, da redução e do reaproveitamento de resíduos, ou seja, é um processo de tratamento dos resíduos depois deste já não ter mais uso e por isso ele sofre mudanças físicas e químicas.

A reciclagem é considerada uma das alternativas mais eficientes para tratar os resíduos sólidos, tanto do ponto de vista ambiental quanto social, e está diretamente inserida no contexto da Economia Circular.

Reciclar as embalagens usadas ou outros materiais traz diversas vantagens ambientais e econômicas: diminui a quantidade de resíduos, evita a extração de matéria-prima, evita a poluição causada pela disposição incorreta e gera renda.

Qual a importância da reciclagem?  

O processo de reciclagem impacta diretamente o meio ambiente, reintroduzindo itens com potencial de reaproveitamento que seriam descartados na cadeia produtiva. A reciclagem dá nova vida aos resíduos e evita o desperdício, o impacto ambiental e os problemas de saúde. Com a reciclagem, os materiais que são jogados nas lixeiras podem ser transformados no mesmo produto ou convertidos em algo para outros fins.

Já na esfera social a reciclagem é essencial para sustentar milhões de catadores que dependem da venda deste itens para garantir a sua sobrevivência e a de sua família.

Ainda assim, menos de 3% de todos os resíduos são reciclados no Brasil. Segundo dados da coleta seletiva da pesquisa Ciclosoft, do Compromisso Empresarial para a Reciclagem houve um aumento de 186% da reciclagem, sendo que o índice para cada material:

  • 884 mil toneladas de plástico reciclado, o que corresponde a 23,1%.
  • 200 mil toneladas de latas de aço, o que equivale a 47,1%.
  • 98,7% de todas as latas de alumínio foram recicladas, o que equivale a 409 mil toneladas.
  • 42,7% das embalagens longa-vida foram recicladas, sendo que sua maior composição é de papel-cartão.
  • 5,1 milhões de toneladas de papel retornaram a o mercado, o que corresponde a 66,9% do total produzido em 2019. Considerando o papel de embalagens este índice sobe para 85%.
  • 25,8% foi a quantidade de vidro reciclada em 2019.

O Brasil se tornou referência na reciclagem de latas de alumínio, mas essa excelência ainda precisa existir para os outros materiais. Esta mudança só irá acontecer com uma boa segregação dos materiais nas fontes, para não se ter contaminação, por meio da viabilidade econômica e com o investimento em novas tecnologias para materiais de difícil reciclagem.

É importante lembrar das ações que complementam a reciclagem, no processo de educação ambiental, que são os 5 Rs da reciclagem.

Reciclagem mito e realidade

Há muita divergência sobre a reciclabilidade de alguns materiais, principalmente porque nem todos os materiais recicláveis vão ser de fato reciclados, por falta de tecnologia ou viabilidade econômica. Pode ainda variar de região para região por causa das questões econômicas.

Aqui estarão representados de forma geral informações sobre materiais que hoje nós da Recicla.Club conseguimos reciclar para os nossos clientes e algumas outras curiosidades da coleta seletiva de materiais.

Aproveite e tire suas dúvidas sobre o mundo da reciclagem. É um mito ou é uma realidade?

Existem símbolos diferentes para a reciclagem?

Realidade. Muitas vezes as pessoas querem reproduzir o símbolo de reciclagem e o confundem com o símbolo de identificação de resinas plásticas.

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O símbolo da esquerda é o que conhecemos como o símbolo da reciclagem, tem por significado toda a cadeia de um resíduo. São 3 setas que significam: indústria, consumo e reciclagem.

Já o símbolo da direita significa Código de Identificação de Resina (RIC) e serve para saber com qual tipo de plástico estamos lidando. 

Muitos produtos de material plástico apresentam este código de identificação (normalmente com um número de 1 a 7 dentro do triângulo), indicando o tipo de plástico do qual o produto é feito para auxiliar sua separação e posterior reciclagem e revalorização, contribuindo com a recuperação dos materiais plásticos descartados com o resíduo sólido urbano. Como as embalagens têm rotatividade alta, é importante que as mesmas apresentem o símbolo de identificação da resina a fim de facilitar a cadeia de reciclagem do plástico.

O Isopor não é um material reciclável!

Mito. Ainda bem que esta afirmação é mito, porque produzimos uma quantidade enorme de Isopor.

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Isopor não é propriamente o nome do material, mas é o nome popular que damos. É o que acontece, por exemplo, com o Gilette, que nada mais é do que uma marca de lâminas de barbear.

O Isopor é uma marca de EPS (este sim é o material) ou poliestireno expandido. Este material é produzido a partir de pequenos flocos que passam por um processo de expansão. O EPS é então formado por 98% de ar e 2% de resina plástica. 

O material é 100% reciclável, o que acontece é que muitas vezes ele não é reciclado por falta de viabilidade econômica.

Reciclar matéria orgânica contribui para uma menor emissão de gases do efeito estufa?

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Realidade. Um dos grandes problemas em empresas que possuem refeitórios e praça de alimentação, é a grande quantidade de matéria orgânica gerada. 

No Brasil, se olharmos a composição dos resíduos produzidos temos que mais de 50% é composto por este material (ABRELPE, 2020). Sendo assim, grande parte dos resíduos que encontramos nos aterros sanitários, são resíduos orgânicos e estes são responsáveis pela emissão de metano nos aterros sanitários.

Vale lembrar que o metano é 28 vezes mais poluente que o carbono para o efeito estufa.

Embalagens de aerossol não vão ser recicladas!

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Mito. As embalagens de aerossol podem ser tanto produzidas por indústrias, quanto em residências. Mas em qualquer uma das situações a sua embalagem é reciclável.

As embalagens de aerossol podem ser de aço ou alumínio  e deve ser retirado todo o seu conteúdo se o material for enviado, principalmente, para associação de catadores. No caso de quando elas são enviadas diretamente para empresas recicladoras, a reciclagem do aerossol recebe o nome de despressurização, termo que significa tirar a pressão do local. O que acontece é que equipamentos preparados perfuram a embalagem extraindo todo o gás.

O gás é então recolhido e comercializado para indústrias que o reutilizam. Já a parte líquida recuperada também é comercializada para empresas de destilação e dependendo do líquido, ele ainda pode ser usado como combustível.

Depois de retirar os gases e líquidos, o alumínio ou aço da embalagem vai para um triturador onde é modelado em fardos para que sejam revendidos a empresas. Outro componente que é reaproveitado e comercializado são os plásticos das tampas dos produtos.

Para se ter uma boa coleta seletiva é preciso separar por cada tipo de resíduo?

Realidade. Dentro das empresas e indústrias, para aumentar a quantidade de material que vai ser reciclado é preciso ter uma separação por tipo de material. Isto não significa que você vai precisar de 7 lixeiras diferentes, vai depender dos tipos de materiais produzidos.

Diferente da coleta seletiva doméstica em que os materiais secos recicláveis podem ser misturados, já que o material será posteriormente triado pelas associações de catadores, nas indústrias muitas vezes não vai ocorrer esta triagem.

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Na coleta seletiva empresarial os resíduos, muitas vezes, são entregues direto para as recicladoras, por isso é necessária a separação por tipo, já que cada recicladora fará a reciclagem de um material específico e a não segregação pode contaminar alguns materiais, que serão considerados como rejeitos.

Posso descartar óleo juntamente ao esgoto?

Mito. O óleo nunca deve ser descartado incorretamente, pois o risco de contaminação de rios e mares é muito grande.

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O óleo que é gerado por lavagem de veículos ou máquinas, que por isso acaba sendo descartado com a água, deve passar pelo tratamento de efluentes industriais e não descartado junto com o esgoto. Neste tratamento é possível que o óleo seja recuperado para sua reutilização e água recirculada no processo.

Já o óleo de cozinha também não pode ser descartado no esgoto e deve ser armazenado e entregue para empresas que reciclam este óleo, seja para a fabricação de biodiesel por meio de um processo chamado transesterificação, que é a reação de gorduras. Ou ele também pode ser usado na fabricação de sabão.

É possível ter uma empresa que faz a gestão de todos os resíduos?

Realidade. Um dos grandes problemas industriais é ter que lidar com várias empresas de coleta e reciclagem, já que são produzidos vários tipos de resíduos, e como dito anteriormente, cada recicladora é responsável por um material.

Ainda dentro deste processo é preciso fazer o rastreamento dos resíduos e estar em conformidade com a legislação ambiental, o que pode estar tomando várias horas da equipe.

Mas como então, ter uma gestão integrada de todos os resíduos? A Gestão de Resíduos por Assinatura da Recicla.Club faz a gestão integrada de todos os resíduos do início ao fim.

Ficamos responsáveis por toda a parte de gestão de resíduos, e isso envolve: educação ambiental, sinalização, coleta seletiva, emissão de documentos do Sistema MTR FEAM, cobrança de documentação de destinadores, coleta e destinação ambientalmente adequado e a rastreabilidade de todo o resíduo através dos nossos relatórios personalizados e software online.

Confira como fazer um orçamento para alcançar uma gestão de resíduos integrada e eficiente.

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